O Tempo de Eu Menino
Lustato Tenterrara disse...
Pois é Princesa!
Quanta falta faz o tempo de eu criança a brincar, à noite, na rua de casa, com todas as outras 40 crianças do quarteirão. Era tanta a variedade de alternativas, e quase todas sempre preferidas.
Ciranda, De-Marré, Bandeira, esse é similar ao futebol americano, mas invertido: tem que invadir o campo do adversário, pegar a Bandeira lá no final e voltar com ela para o nosso campo. O jogador vira estátua (congelado) se for tocado pelo jogador adversário no campo adversário. E para descongelar, um jogador do mesmo time tem que invadir o campo oponente para descongelar o companheiro.
Há de ter estratégia. Invadir em bando para que um consiga, mas não pode deixar de proteger também a sua Bandeira. Era o meu preferido.
Tempo que não volta atrás.
Tempo onde a tranquilidade era serena.
Mamãe não se preocupava. Ninguém se preocupava, pois tudo e todos eram conhecidos.
Hoje mesmo sem apagão, se a web ou a sky sai do ar, fica faltando um pedaço da gente.
Éramos felizes, e sabíamos disso, numa alegria inata.
Um beijo, Princesa!
Lustato Tenterrara
Amor & Poesias Messenger Love & Passion of Lustato Tenterrara
9 de abril de 2013 20:39
Comentário que fizemos
no post http://larissasiriani.blogspot.com.br/2013/04/blecaute.html
Blecaute
Postado por Larissa terça-feira, 9 de abril de 2013 às 11:00
Escrevi esse texto ontem, durante as horas que passei no escuro enquanto a companhia elétrica trocava um poste aqui perto. Fiquei pensando em como era chato ficar sem luz, e em como isso não costumava ser chato, e no que haveria mudado. E então, saiu isso. Espero que gostem :)
A filha no computador, fones no ouvido, concentrada na difícil tarefa de falar com cinco amigas, ao mesmo tempo em que perseguia cada passo de sua mais recente paixonite no Twitter. A mãe sentada à sala, assistindo sua novela, enquanto o arroz cozinhava na panela elétrica. O pai trabalhava no laptop. Até o cachorrinho da família corria atrás de um gato no seu tablet.
Então um estampido. E o blecaute.
Silêncio.
A filha rapidamente migra pro celular, enquanto a mãe corre atrás de uma lanterna, e o pai resmunga para o modem 3G. Mas logo as pilhas acabam, a bateria se esgota e a mãe sentencia o que ninguém queria ouvir:
- Esqueci de comprar velas.
Um muxoxo de frustração.
- E pilhas? Não tem mais pilhas?
- Só essas. Recarregáveis.
Silêncio. Escuro. Monotonia.
Cada um no seu canto, pensam em tópicos vazios de conversa, mas ninguém fala nada. O escuro incomoda, mas pelo menos, no escuro, ninguém encara ninguém.
A filha chega à conclusão de que é bem mais fácil ser sociável com a TV ligada. Os pais concordam.
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